Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2015

Alegria embriagada

E  é  nas madrugadas que penso no mundo. Não penso no dia de amanhã,  mas vejo e reflito o quanto tenho sorte. Já pararam para pensar isso hoje? O quanto somos sortudos nesse momento eu escrevendo e você lendo? Ou apenas no dom de respirar? Ou até a alegrias dos meus vizinhos ouvindo o som no máximo,  o que é uma dádiva poder saber que não sou surda. Perco tanto tempo pensando em razões para se lamentar...  Penso tanto no que quero,  e não no que tenho.  Sinto saudades dos meus amigos,  e  daquele tempo que via eles todos os dias. Sinto falta de quando eu não me preocupava  com a cor da minha pele em determinados lugares. Tenho saudade do tempo que não chorava tanto. Sinto falta de abraços. Sinto falta de uma boa conversa. A vida se tornou tão amarga nos últimos tempos,  tão seca sem sentido. Virou palco de sorrisos forçados,  alegria embrigada e um trago de maconha. Som alto, luzes brilhantes e vazio na alma. Até as cores que me guiavam,  os  rabiscos que me preenchiam,

José

E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? e agora, José? Está sem mulher, está sem discurso, está sem carinho, já não pode beber, já não pode fumar, cuspir já não pode, a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou e tudo fugiu e tudo mofou, e agora, José? E agora, José? Sua doce palavra, seu instante de febre, sua gula e jejum, sua biblioteca, sua lavra de ouro, seu terno de vidro, sua incoerência, seu ódio — e agora? Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais. José, e agora? Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse... Mas você não morre, você é duro, José! Sozinho no

E se...

E  se  de uma forma o destino esteja dizendo pra tentar novamente? Tentar novamente mas sem errar no que aprendi? Se passaram tantas pessoas,  mas aquele sentimento,  aqueles sentimento do primeiro dia ainda vive.  Como se fosse ontem.