Ser feliz é encontrar dentro de si aquele sentimento que conhecemos de nossa infância, quando vivíamos aqui e agora, sem preocupações e sem máscaras, quando erámos porque erámos e não porque tínhamos alguma coisa, quando tínhamos uma consciência bela e pura de que felicidade simplesmente existe, sem precisar de apetrechos, status, enfeites, fama ou seja lá do quê. Ser realmente feliz significa trabalhar em si mesmo, conquistar seu espaço nesse mundo, sentir e respeitar seu valor como ser humano e perceber que a felicidade é bem mais do que a alegria passageira trazida por algo material. O caminho que devemos seguir é longo, e esse caminho é a vida, nossa vida, que quer e deve ser vivida em sua plenitude, com seus dias de sol e chuva, com as alegrias e tristezas, com os dias e as noites, com suas fases felizes e outras menos felizes. Sim, um caminho muitas vezes pedregoso, mas vale a pena segui-lo, mesmo porque não há alternativa, a não ser viver como alguém que corre da luz, do óbvio, da clareza, acreditando ser feliz sem ser, vulnerável a sofrer assim que a “dose cotidiana de sua droga” (consumo e distração) lhe falte. Esse longo caminho comparo ao Níger, na África, um dos rios mais longos do mundo. Ele praticamente morre bem perto do lugar que nasce. Para ser feliz, você tem que seguir o rio assim mesmo, pois não há atalhos que levem rapidamente da nascente à foz. A tentação pode ser forte, já que a distância é pouca, mas não vale e pena tentar, pois, mesmo que você consiga cortar o caminho, sua felicidade jamais será a mesma de alguém que seguiu todo o percurso do rio por vários mil quilômetros.
Se você é um ser humano que deseja crescer, amadurecer e (!) ser realmente feliz, não tenha então medo da clareza, de ver as coisas com sobriedade e como realmente são. E, mesmo que a clareza seja “pesada”, nunca esqueça que você é forte o suficiente para carregá-la.
- Gustl Rosenkranz - O PODER E O PESO DA CLAREZA
Uma capsula que se formou com o tempo.
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